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Campeã do Rally dos Sertões em 2022, Moara Sacilotti retorna à prova para defender o título

Em entrevista, a piloto conta como é voltar aos Sertões, relembra sua trajetória e revela o que mudou após sua vitória

Aconteceu hoje a primeira etapa da trigésima primeira edição do Rally dos Sertões e Moara Sacilotti está de volta na moto, na disputa por um novo título. A piloto venceu na categoria Moto Over 45 em 2022, depois de 21 edições na busca pelo lugar mais alto do pódio. Neste ano, a piloto volta à prova com vontade de vencer, preparada para isso e bem menos pressionada por si mesma depois da vitória.


Moara conta: “eu não me sinto nem um pouco pressionada em vencer, pelo contrário, eu acho que agora a responsabilidade é dos caras. Esse ano eu sou a única mulher na moto nos Sertões e a responsabilidade é deles, eles que têm que ganhar de mim, então se eu ganhar ou não: azar o deles”. Competitiva e despreocupada a respeito, a piloto acrescenta: “eu to bem tranquila, é muito mais pelo prazer de pilotar, de competir e de disputar mais uma vez. Claro que eu quero vencer! Eu me preparei para isso, eu me treinei para isso, a minha moto está impecável, mas, se eu não vencer, tudo bem!”.


[Imagem: Arquivo pessoal/Reprodução]


Entre o Rally passado e o atual, muita coisa mudou, incluindo a preparação dos competidores. Isso porque a edição de 2022 dos Sertões, que foi a maior prova de Rally até agora tanto dos Sertões quanto do mundo, contou com um trajeto de 7216 quilômetros. A edição atual deve percorrer 3800 quilômetros e principalmente por isso os pilotos precisam de uma preparação diferente, tanto física e mental, quanto estratégica.


Moara Sacilotti explica as diferenças entre as táticas: “no ano passado, eu tinha uma estratégia de começar bem conservadora, ir até metade do Rally assim e depois começar a atacar, foi o que eu fiz e deu certo. Agora [o trajeto] é quase metade, então eu já tenho que começar atacando, eu já tenho que começar muito forte”. E destaca “mas sempre com aquela cabeça de não fazer besteira”.


Vitória em 2022


Foi com essa mentalidade que Moara conquistou sua vitória em 2022, a qual relembra: “vencer no maior rally do mundo foi uma coisa de outro planeta mesmo. Até hoje, quando eu falo, eu fico super emocionada e choro, porque foi muito difícil toda a preparação, foram 35 anos desde que eu comecei a competir quando eu era criança e 22 participações até que eu consegui vencer os Sertões. Então é muito esforço, muita dedicação, não só minha, mas de toda a minha família, que está sempre muito envolvida com as minhas corridas. Foi uma conquista nossa que foi incrível, e é difícil de falar, porque é uma sensação muito louca. Agora vai começar outro Rally dos Sertões e pode ser que eu ganhe ou não, mas, mesmo que eu perca, a minha vitória de 2022 é para sempre, é única, vai ser sempre um marco da minha vida”.


[Imagem: Arquivo pessoal/Reprodução]


Relação com os patrocinadores


Para a piloto, outra coisa que mudou entre a última edição de Sertões e a atual foi a relação com os patrocinadores. Patrocinada pela Pirelli, Motul e Baterias Pioneiro já desde antes da vitória e pela Bieffe Capacetes depois, Moara revela que a relação com os patrocinadores foi estreitada e a com a mídia também melhorou muito.


[Imagem: Arquivo pessoal/Reprodução]


“Foi muito curioso, porque hoje eu já tenho quase 44 anos e a gente sempre tem que o auge do esporte é na casa dos 20, 30 anos, e naquela época eu tinha patrocínio, mas nada tão legal igual eu tenho hoje. Então é muito interessante que , nessa idade considerada já velha para o esporte, as empresas ainda querem patrocinar e me veem como uma atleta em potencial. É muito gratificante ", reflete a atleta.


Passado e futuro


Moara Sacilotti já coleciona uma grande coleção de momentos com a moto e não prevê terminar essa história tão cedo. A piloto começou a pilotar aos 7 anos de idade, apoiada pela família também apaixonada por motos, não demorou muito para começar a competir. Depois de disputar também no motocross entre 1987 e 2003, Moara passou a focar nas corridas de rally.


[Imagem: Arquivo pessoal/Reprodução]


Durante o tempo que competia tanto no rally, quanto no motocross, Moara estreou no Rally dos Sertões. O feito da piloto marcou a história da prova, porque a primeira participação dela na prova foi também a primeira participação de uma mulher na moto da competição. Em retrospecto, ela conta: “mudou muito nos últimos anos a relação da mulher com a moto. Desde que eu comecei, várias outras já correram, mas a gente nunca teve grid o suficiente para ter a categoria feminina no Rally, por outro lado, no enduro e no motocross cresceu muito. Quando eu corria no motocross não tinha categoria feminina, hoje em dia tem e o gate enche, no enduro também. Hoje em dia as marcas fazem equipamento pra mulher, antes não tinha isso. Teve um crescimento muito importante da mulher no mundo da moto”.


Moara não faz planos para as próximas edições do Rally dos Sertões, tampouco os cancela. Pelo contrário, ela diz: “primeiro eu tenho que correr esse Sertões e depois pensar no futuro”. Dentro ou fora das competições, Moara garante que estará sobre rodas: “com certeza eu vou andar de moto, isso você pode ter certeza que eu nunca vou parar”. E acrescenta: “pilotar uma moto é uma coisa de outro planeta, competindo ou não no rally, no motocross, no enduro. Seja o que for, é muito gostoso”.


[Imagem: Arquivo pessoal/Reprodução]


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