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Como as crianças do esporte a motor conciliam infância e carreira?

Entenda a importância que a educação e a brincadeira têm inclusive na busca pelo sucesso nas pistas

Muitos dos grandes pilotos de hoje em dia começaram a carreira com poucos anos de idade. O bicampeão mundial de Fórmula 1, Fernando Alonso, conheceu o kart com apenas 3 anos; Lewis Hamilton, heptacampeão da mesma categoria, começou a competir aos 8; e Marta García, líder da F1 Academy, aos 9. Especialistas apontam, entretanto, que é de extrema importância que as crianças tenham o tempo ocupado por "coisa de criança", ou seja, além da educação, as brincadeiras. Sendo assim, como as crianças do automobilismo conciliam infância e carreira?


[Imagens: Reprodução/pilotos da F1 na infância]



Para entender melhor como funciona a vida dividida entre carreira e infância, nada melhor que conversar com quem vive e vê isso de perto. Fabiana do Nascimento é mãe de Nicolle Campos, que aos 8 anos já está no esporte a motor. Em entrevista ao box box boletim., Fabiana destaca a importância da organização dos tempos na vida da filha, "para conciliarmos a rotina corrida entre os treinos, estudos e sem deixar de lado a diversão de uma criança, temos que ter tudo bem planejado".


Fabiana conta ainda que a filha conheceu o kart pela televisão aos 6 anos e foi aí que o interesse em praticar o esporte surgiu. Nicolle iniciou os treinos em julho de 2021 e em 2022 começou a competir, já disputando com pilotos mais experientes. Por fim, Nicolle concluiu seu ano de estreia com o título de campeã pernambucana e o de vice-campeã paraibana de kart. “Foi surpreendente”, relata a mãe.


[Imagem: Reprodução/Instagram]


Apesar da preocupação e dedicação à carreira, a família faz questão de garantir elementos como educação e diversão na vida da piloto. Fabiana conta que a filha estuda no período da manhã, treina durante a tarde e se dedica a outros passatempos durante a noite, como andar de bicicleta ou de skate com o irmão mais novo. Os finais de semana são dedicados a fugir da rotina, exceto quando há competição. “A vida é bem corrida e ela ama, se sente entediada de estar apenas em casa”, comenta a mãe.


[Imagem: Reprodução/Instagram]


Um especialista que explica a importância da brincadeira é o pediatra Daniel Becker. Segundo o médico, é através das brincadeiras que as crianças desenvolvem habilidades que ele classifica como importantes, são elas: habilidades executivas (como o foco e a exploração), habilidades sociais e relacionais (como a colaboração e o trabalho em grupo), habilidades físicas (como equilíbrio e coordenação motora) e habilidades cognitivas (como a comunicação e a expressão). O que mostra a importância do brincar e reitera o porquê de não negligenciar a atividade em detrimento de outras.


Assim como Nicolle Campos, Alícia Sagae, piloto de motocross, também destaca que na sua vida há espaço tanto para a carreira quanto para diversão. Alícia começou a pilotar incentivada pelo pai, chegou ao campeonato brasileiro e agora luta para ir para o mundial. A piloto de 12 anos resume a sua rotina: “aqui em casa, tem a hora de brincar e tem a hora de estudar, na escola a gente estuda, aprende tudo, sai e vai treinar.”. Mas o treino não afeta o desempenho escolar dela nem de seu irmão, Alícia garante: “na hora da prova, a gente coloca tudo que a gente aprendeu, e eu e meu irmão somos bem inteligentes, nós passamos de ano e vamos muito bem na escola”.


[Imagem: Reprodução/Instagram]


Ainda no motocross, outra piloto conta como a brincadeira foi presente em sua vida e como isso foi importante para que ela se tornasse quem é. Moara Sacilotti começou a pilotar aos 7 anos, venceu o Rally dos Sertões em 2022 e voltou a subir ao pódio em 2023, no terceiro lugar. Moara relembra: “quando comecei a competir no motocross, era uma mistura de esporte e brincadeira. Tinha que ir bem na escola, pra poder andar de moto”.


A piloto explica que até os seus 16 anos os treinos eram feitos apenas aos finais de semana e que a semana era composta por, além da escola, brinquedos, bicicletas e amigos. Moara, que passou a maior parte da vida no esporte, destaca: “acho importante isso de preservar a infância das crianças esportistas. Preservar as brincadeiras normais e as rotinas com escola”.


Sobre os treinos, que eram feitos com o irmão mais novo, ela ressalta: “treinavamos aos finais de semana, claro, querendo evoluir, mas sempre sem cobrança por resultados”, e foi assim que Moara começou no esporte, sempre prezando pela competitividade, mas sempre de uma forma saudável. Ela relata: “a moto, mesmo durante as competições, era algo leve, sem cobranças”.


Moara Sacilotti

[Imagem:Reprodução/Acervo pessoal]

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